O novo ideário do ambientalismo e os embates da modernidade
Manuel Alves Filho, Jornal da Unicamp
Aspectos importantes do ambientalismo e das conexões deste com outros movimentos sociais, como o feminismo, o pacifismo e o movimento estudantil, são tratados com profundidade e acuro no livro A busca pela natureza - Turismo e aventura, de autoria de Heloísa Turini Bruhns, professora aposentada do Departamento de Estudos do Lazer da Faculdade de Educação Física (FEF) da Unicamp, e que atualmente desenvolve projetos em colaboração com a professora Tereza Paes-Luchiari, coordenadora do programa de pós-graduação em Geografia do Instituto de Geociências (IG) da própria Universidade.
A obra, que resulta de pesquisas realizadas pela autora para o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), elege o ambientalismo como um dos marcos do pensamento crítico contemporâneo. “Penso que o movimento trouxe novas possibilidades para refletirmos nossos valores e conceitos em relação à vida, além de ter polemizado algumas questões propostas pela modernidade, como a tentativa de domesticação do sujeito, a valorização da razão e a fé no progresso”, afirma. Na entrevista que segue, Heloísa Bruhns fornece mais detalhes dos temas que aborda no livro.
Jornal da Unicamp - O livro é resultado de pesquisas que a senhora vem desenvolvendo há algum tempo, não é?
Heloísa Bruhns - O livro teve como base três pesquisas que eu desenvolvi para o CNPq, todas elas relacionadas com meio ambiente, lazer e natureza. Outra participação importante nessa trajetória foi minha atuação, desde 1994, junto ao grupo de pesquisa “Turismo e meio ambiente” do Nepam [Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais, da Unicamp]. Essa participação culminou com a organização de eventos e na publicação de livros, cuja alavanca foi “Viagens à natureza”, que está na 8ª edição. Parto do pressuposto de que o ambientalismo enquanto movimento crítico-social - em negar suas contradições e incoerências, bem como correntes às vezes conflituosas - influenciou a busca atual pela natureza, a qual recebeu conotações diferenciadas ao longo de seu percurso histórico em diferentes contextos. Podemos pensar essas questões engatilhadas a partir da década de 1960, nos movimentos contraculturais, constituindo e desembocando em crises deflagradas no âmbito das instituições - família, ensino, igreja dentre outras. Surge aí uma noção de ambientalismo na qual está embutida não apenas a preservação, de maneira isolada e estanque, mas integrando uma infinidade de conteúdos.
JU - É um livro voltado para a academia ou é acessível a todas as pessoas que se interessam pelos temas nele contidos?
Heloísa Bruhns - Há um processo recente de diálogo entre a academia e os técnicos especializados que gerenciam as atividades na natureza. Participei em julho passado, na Chapada Diamantina, do Congresso Brasileiro de Atividade de Aventura. Achei interessante, porque a academia está abrindo diálogo com esse segmento, visto que ela não consegue dar conta sozinha do aspecto técnico. Algumas atividades requerem o uso de equipamentos muito específicos e sofisticados. Não é possível realizar, por exemplo, uma exploração de cavernas no Petar [Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira, localizado na faixa Sul do Estado de São Paulo] sem o acompanhamento de um técnico ou sem o uso de equipamentos de segurança. Ou seja, os técnicos possuem esse conhecimento.
A fusão do saber crítico e do saber especializado é interessante e enriquecedor, uma vez que estamos tratando de um assunto que envolve áreas das mais diversas, como geografia, turismo, ciências sociais, biologia, educação física etc. Nesse sentido, o livro realiza uma discussão um pouco mais densa no primeiro capítulo, no qual abordo questões do ambientalismo, do feminismo e do ecofeminismo. Do segundo capítulo em diante o enfoque é mais acessível aos não-acadêmicos. É quando enfoco a questão da educação ambiental, das características das atividades de turismo e aventura e do perfil do público que está demandando essas atividades. Penso que o livro atinge públicos diferentes, de áreas igualmente distintas.
JU - A senhora aponta o ambientalismo como um importante movimento social. Há, todavia, quem ainda o veja como um movimento permeado por ingenuidades. Por que isso acontece?
Heloísa Bruhns - No início, o ambientalismo incluiu entre suas propostas um tema que a meu ver foi equivocado. Ingenuamente, o movimento negou o progresso conquistado e defendeu o retorno ao campo. Uma utopia simplista manifestou-se no movimento, relacionada à ruralização e à proposta de volta às comunidades rurais, qual seja, o retorno aos modelos de convívio dos pequenos povoados e vilas, negando o conforto, que foi confundido com luxo, conquistado na sociedade ocidental. Isso fez com que surgissem várias comunidades alternativas, sendo que a grande maioria foi extinta. A proposta não teve o alcance imaginado por um motivo simples: a sociedade em geral não estava disposta a abrir mão de algumas conquistas que ela tinha como legítimas. Ou seja, não se tratava propriamente de retroceder, mas sim de contestar o que estava sendo feito, de modo que as ações do progresso fossem menos agressivas, tanto em relação ao planeta quanto em relação aos sujeitos.
Penso que esse equívoco inicial fez com que alguns segmentos passassem a ver o ambientalismo como um movimento com propostas ingênuas, mas hoje sabemos que não se trata disso absolutamente. Embora o movimento tenha se inspirando no princípio da não-violência, nem tudo ocorre sempre assim, e grupos de ação direta como Greenpeace e Earth First! às vezes correm o risco de aproximar os ambientalistas de milícias defensoras da sobrevivência.
JU - No livro, a senhora trata das conexões do ambientalismo com outros movimentos sociais. Que movimentos são esses e como se deram essas relações?
Heloísa Bruhns - No livro, eu tento fazer uma ponte entre o feminismo, o ecofeminismo, o ambientalismo, os novos valores e as novas sensibilidades, envolvidos na busca contemporânea pela natureza. O ambientalismo carrega novas ideias e sensibilidades - aproximando-se do feminismo e da vertente ecofeminista -, configurando uma fase estética, gerando tanto uma atitude ativa contemplativa sobre a natureza, como uma atitude ativa destinada a expandir e integrar as relações da sociedade com a natureza.
O feminismo insere-se nos “novos movimentos sociais” emergidos durante a década de 1960 - as revoluções estudantis, os movimentos antiguerra e da contracultura revolucionária , os movimentos pacifistas e o ambientalismo. Ele veio contestar situações pontuadas pela modernidade como categorias universais de sujeito masculino e do conhecimento objetivo. Criticar totalidades e estereótipos universais é uma opção teórica dos estudos feministas. Ora, não existe sujeito universal, existem sujeitos particulares em situações igualmente particulares; localidades particulares, com interesses e necessidades muito diferentes entre si. No início, direcionado para a contestação social feminina, o feminismo expandiu-se, incluindo a formação de identidades sexuais e de gênero, desafiando a noção de que homens e mulheres eram parte da mesma identidade, ou seja, da mesma “humanidade” Assim, politizou a subjetividade, a identidade e o processo de identificação: homens/mulheres; mãe/pai; filho/filha.
O feminismo propôs também um olhar mais sensível em relação às questões que vinham ocorrendo na sociedade em geral, tanto no mundo oriental quanto ocidental, como a da agressividade em relação ao planeta e aos sujeitos. Apontou a necessidade de incorporarmos parâmetros não-racionais à nossa leitura da realidade e de nos aproximarmos de valores como a sensibilidade, a fragilidade, a tolerância, a solidariedade, entre outros, embora devamos considerar que esses valores merecem receber tratamento contextualizado, uma vez que suas construções históricas requerem tal cuidado. A vertente do ecofeminismo procura incorporar a visão das mulheres às discussões acerca da problemática ambiental e tem orientado movimentos ambientalistas e feministas em várias partes do mundo
JU - Como marco histórico, estamos falando das décadas de 60 e 70, é isso?
Heloísa Bruhns - Algumas práticas de lazer tendo como pano de fundo o ambientalismo enquanto movimento crítico-social surgem ou despontam com outras características a partir de 1960, muito próximas às peregrinações do movimento hippie ou aos seus propósitos de volta ao campo, onde a busca pela natureza representava uma contestação de valores em relação à determinada produção e ao consumo.
Atualmente, a natureza pode ser considerada como território da experiência, afastando-se da contestação inicial. Porém, é importante lembrar que experiência está associada a tentar, testar, arriscar, ou seja, implica em aventurar-se. Podemos visualizar aí uma espécie de protesto contra um ritmo de vida orientado unicamente para a produção. As visitas à natureza traduzidas nas formas de acampamento, caminhadas, exploração de cavernas e montanhismo tornam-se cada vez mais frequentes, desencadeando uma série de atividades como rafting, canyoning, bóia-cross, cascading, tirolesa e outros.
JU - O que há de novo no movimento ambientalista?
Heloísa Bruhns - Atualmente, podemos adotar como “ambientalista” uma variada gama de pessoas interessadas nas questões ambientais. Muitas delas valorizam estilos de vida rurais, caminhadas, práticas de acampamento e algumas integram organizações ambientalistas como a WWF [World Wildlife Fund], SOS Mata Atlântica e Projeto Tamar.
Observamos ações diversas, que provavelmente não seriam realizadas há algumas décadas, como observar abutres na Croácia ou baleias nas Ilhas Canárias. Essas pessoas são denominadas “ecovoluntários”. Viajam para trabalhar, com direito a hospedagem e refeição. Policiam, por exemplo, o ecoturismo marinho e instruem a população sobre a importância da preservação.
JU - Como o homem é visto dentro desse contexto de preservação do planeta?
Heloísa Bruhns - Estamos vivendo um período de discussões muito efervescente, principalmente por conta das consequências do aquecimento global. A necessidade de repensarmos a nossa relação com o planeta não pode ficar restrita apenas aos fatores físico-bióticos. O ambientalismo mostrou que a questão ambiental se relaciona também com a questão da qualidade de vida do sujeito. E a qualidade de vida está intimamente relacionada à necessidade fundamental de erradicação da miséria e de melhor distribuição de renda. Ou seja, uma vida digna pressupõe que problemas de saúde, educação, habitação e alimentação estejam sanados.
JU - Voltando à questão da prática de atividades de aventura, essas experiências estão vinculadas ao consumo em alguma medida. Muitas são promovidas por agências de turismo, que obviamente cobram pelo serviço. Alguma crítica a essa relação?
Heloísa Bruhns - No Brasil, a questão comercial em relação aos grupos organizados prevalece bastante, o que não acontece tanto na Europa. Em 2007, eu desenvolvi uma pesquisa como professora visitante na Nottigham Trent University. Apenas em Nottingham, onde eu morava, cheguei a participar de cinco grupos diferentes de caminhada. Nenhum deles estava associado a agências de turismo. Para o europeu, essa prática parece ser mais comum. O brasileiro, ao contrário, prefere se associar a uma agência por conta de comodidade e segurança. Ou seja, o lado comercial e mercadológico existe. Entretanto, o mesmo ocorre em relação a grupos que se aventuram sozinhos, pois seus membros compram equipamentos, muitos deles de grife.
No livro tento mostrar que essa questão exige a busca da complexidade envolvida no tema. Enfoques sobre a invasão do consumo na nossa vida cotidiana tornaram-se assunto comum na sociedade urbano-industrial há algum tempo, conduzindo os sujeitos a acreditarem na manipulação de nossos costumes e comportamentos. Nessa perspectiva, o consumo representa a trapaça do mercado invadindo todos os aspectos da vida.
Essas abordagens tornam-se simplistas, pois são verificadas manifestações de oposição e aceitação em relação às mensagens veiculadas pela indústria cultural, implicando numa dinâmica das relações de classes, com um reposicionamento constante dos diversos grupos sociais. A interpretação do consumo como mero fenômeno econômico despreza os fenômenos expressivos que entram em tensão com a racionalização ou com as pretensões de racionalizar a vida social. Embora concorde que as garras do poder econômico e a potência do mercado têm o poder de ditar normas e induzir comportamentos, não posso olhar o homem como um ser simplesmente consumidor, pois estaria realizando uma análise simplista, ingênua e reducionista da questão, ao mesmo tempo em que empobreceria a humanidade nas suas possibilidades de expressão e manifestação.
JU - Normalmente, nós vemos mais ações das ONGs do que dos entes públicos quando o assunto é meio ambiente. O poder público continua participando timidamente dessa questão?
Heloísa Bruhns - Ao contestar instrumentos sócio-culturais e político-econômicos de organização das sociedades e ao questionar teorias e práticas em torno da luta pelo poder, o ambientalismo vem propor novas configurações do expressar a política, de fazer reivindicações, de agir sobre os temas de interesse coletivos e individuais.
O movimento defende o exercício da política do cotidiano e da identidade na transformação das relações fundamentais, mesmo que essa ação atinja somente uma localidade específica. Considera essa forma de fazer política mais efetiva quando comparada ao enfrentamento dos jogos macro do poder instituído, pois não concorda com suas regras. Portanto, acredita que a solução não vem da mesma matriz danosa que se tenta evitar.
O ambientalismo propõe uma mudança de perspectiva na tradicional concepção de política e, consequentemente, novas formas de fazer política e se relacionar com o poder. A política de identidade visualiza virtudes na flexibilidade e mobilidade e se concentra em questões particulares, reconhecendo a inevitabilidade da diferença e da heterogeneidade, desconfiando dos discursos políticos que giram em torno de imagens do universal e da massa. Entre as décadas de 1960 e 1990, os movimentos e as lutas políticas que mais se destacaram, tanto nos países centrais como nos periféricos e semiperiféricos, foram protagonizados por grupos sociais compostos por identidades não diretamente classistas, como estudantes, mulheres, grupos étnicos e religiosos, pacifistas, ecológicos.
As ONGs, embora não desvinculadas totalmente do poder instituído, tentam garantir o mínimo de autonomia e independência nas suas ações, criando regras diferenciadas, tentando um afastamento dos entraves burocráticos. Iniciativas particulares como participar de mutirões para recolhimento do lixo das praias e trilhas, desenvolver projetos voluntários para a erradicação do analfabetismo, criar grupos para trabalhar com material reciclado etc demonstram possibilidades mais independentes em relação ao poder público.
JU - Como é o seu olhar sobre essas experiências contemporâneas relacionadas à busca pela natureza?
Heloísa Bruhns - Essa busca pela natureza muitas vezes traduzida como errância, incorporando o deslocamento, o trânsito, manifesta uma insatisfação contra a estabilidade positivista do mundo estabelecido relacionada a uma tentativa - bem sucedida - de domesticação das massas, do assentamento no trabalho e no destino à residência.
Essas pequenas, porém essenciais aventuras errantes, sem muito propósito definido, reconciliam desejos e sua materialização, por meio de uma experiência grupal, na qual os sentidos e os sentimentos tornam-se a base a partir da qual surgem comportamentos e ideias, criando laços ou conflitos, concordâncias ou discordâncias, ambiguidades e contradições.
Frente a uma ideologia econômica que tenta direcionar a vida, testemunhamos a necessidade do “vazio”, da perda, do que não pode ser contabilizado. Enfim, pela necessidade do imaterial. Ao atentarmos para o preço das coisas “sem preço”, saberemos dar sentido aos fenômenos que não querem ter sentido. A questão dessa experiência - ou aventura - não está em ganhar ou perder - nesse sentido distancia-se da lógica tradicional e linear do “record”. Trata-se somente de um fragmento da existência, ao lado de tantos outros, o qual possui a força misteriosa de fazer-nos sentir, por um momento, a vida inteira, como se não tivesse outro objetivo senão sua realização.
O desafio contemporâneo requer a busca de reinvenções, sobretudo no plano político, de elos e mediações ou de novos meios de convívio e valores diferenciados, em um confronto com as sempre mesmas injustiças conhecidas. Estamos buscando algo indefinido, desconhecido, compondo instabilidades em um quadro instaurado na reciclagem de desejos, bem com na reciclagem da própria vida.
Talvez essa busca pela natureza por meio de experimentações e novos comportamentos traduza um pouco de tudo isso, pois nela percebemos a influência mais surda, porém mais profunda, de um mundo em crise, inquietante e instável, tomado por abalos brutais e animado por mudanças rápidas; um universo social que se experimenta e do qual nossos corpos carregam os traços.
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Heloisa Turini Bruhns é professora titular aposentada do Departamento de Estudos do Lazer-FEF e atual colaboradora no programa de pós-graduação em Geografia do Instituto de Geociências (IG), ambos da Unicamp. Autora dos livros: O corpo parceiro e o corpo adversário; Futebol, carnaval e capoeira: entre as gingas do corpo brasileiro (ambos pela Papirus); e A busca pela natureza-aventura e turismo (Manole). Organizadora e co-organizadora dos livros: Conversando sobre o corpo; Viagens à natureza; Olhares contemporâneos sobre o turismo; Natureza, cultura e patrimônio (todos pela Papirus); Introdução aos Estudos do Lazer (Editora da Unicamp); Lazer e ciências sociais (Chronos); Temas sobre Lazer; O corpo e o lúdico; Enfoques contemporâneos sobre o lúdico e Representações do lúdico (todos pela Autores Associados); Turismo, Lazer e Natureza, e Viagens, lazer e esporte: o espaço da natureza (ambos pela Manole). Durante o ano de 2007 realizou um estágio como “Visiting Professor” no centro de pesquisa “Theory, Culture and Society” na Nottingham Trent University-UK.
"A busca pela natureza - Turismo e aventura"
Editora: Manole
Páginas: 206
Preço R$ 43,20
fonte: Envolverde/Jornal da Unicamp
*Sustentabilidade* se refere ao conjunto de ações que permitem - a um grupo, uma comunidade, um movimento, uma organização, um projeto ou programa - se desenvolverem com segurança, com justiça, com equidade, com efetividade, com respeito a todos os seres vivos da rede planetária - garantindo a continuidade dos efeitos dessas ações após o término de seu ciclo-de-vida. Facilitamos aqui experiência e criatividade na busca conjunta de soluções inovadoras e sustentáveis.
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2 comentários:
Legal Omar, acho interessante grande parte do que ela disse, mas discordo das considerações que ela fez a grupos como os caminhantes. Vc não acha que é problemático relacionar ao ambientalismo essa busca mística/romântica por uma "natureza"? Seria construtivo agregar à política de qualidade ambiental esses movimentos de pessoas que querem uma auto-realização nos conservadores mitos do bom selvagem e do matriarcado, ou ainda no mais caricato orientalismo? Ambientalismo é auto-ajuda? Aí que me parece residir uma grande ingenuidade. Alguns anos de ambientalismo, e frequentes desmoralizações por me confundirem com neo-paganismo. Já fui ridicularizado na academia por defender a deep ecology (não acontecerá novamente), mas nada é mais contraproducente do que ser escanteado numa arena política porque alguém acha que você baseia seus posicionamentos na oração que teria feito numa rave aos oito ventos do equinócio ou às feridas do seio da mãe-terra.
Costumo dizer:
"Nao se pode haver uma planeta saudável sem haver democracia saudável."
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