sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Sustentabilidade

Mesmo que você assista televisão muito pouco, como eu, tem visto e ouvido muitas referências sobre sustentabilidade – eu diria mesmo que é a palavra do momento, usada nos mais diversos contextos, de refrigerantes a carros; de cremes a siderúrgicas. Por curiosidade fiz uma pesquisa no Google: o resultado saiu em 0,08 segundo, com aproximadamente 22 milhões de referências. Surpreso? Eu não. A grande prova de que uma palavra entrou definitivamente no vocabulário popular é quando políticos aproveitam a onda para rechear discursos demagógicos. Isso já é realidade.

Sustentabilidade, você sabe, é o termo usado como referência para as atividades que suprem as necessidades atuais da humanidade sem comprometer a sobrevivência das próximas gerações. Nesse contexto, está diretamente ligada ao desenvolvimento econômico – usar recursos naturais de maneira inteligente para que não se esgotem, sem agredir o meio ambiente. Lembra daquele ditado – sabendo usar não vai faltar? – é mais ou menos por aí.

Ninguém precisa ser gênio para ver o que a humanidade está fazendo ao planeta. Além de esgotar todas as reservas, a interferência inconsequente está mudando até o clima, e os resultados aparecem em forma de tragédias causadas por chuvas, enchentes, frio, calor, tornados; cenário cada vez mais devastador.

Sustentabilidade virou a pauta do momento. Capitaneada, é claro, pelas empresas, já que está ligada diretamente à economia. De repente, tudo está “virando” sustentável. Até o consumo. E aí mora o perigo, já que o excesso de consumo é o grande vilão da história: quanto mais consumimos, mais exaurimos os recursos do planeta. Só para ilustrar: você NÃO precisa trocar de celular a cada quatro meses; mas aí inventam o “celular sustentável” ou “ecológico”, e você troca. Mesmo SEM precisar.

John Moelaert, ambientalista canadense, chamou de “consumite” (consumeritis) a compulsão do consumo, uma “doença potencialmente fatal”. Para o planeta, claro! O fato é que dezenas de empresas estão usando a sustentabilidade apenas como apelo para venda – marketing.

(Aliás, “dei um Google” em marketing, e em 0,07 segundos apareceram aproximadamente 2 bilhões de referências! Uma delas: segundo Moacir Nóbrega, “despertar nos consumidores suas necessidades reprimidas e demonstrar como supri-las através de produtos e/ou serviços”, usado também para vender idéias).

É importante que sustentabilidade não seja apenas uma jogada de marketing. Nem todas as empresas estão assumindo posições mais sustentáveis porque acreditam; muitas o fazem – ou dizem que fazem – pressionadas por uma grande parcela dos consumidores conscientes da necessidade de se pensar na sobrevivência do nosso planeta azul em longo prazo.

Ser sustentável é mais que reciclar lixo, economizar água, preservar áreas verdes, usar fontes de energia limpa e renovável, diminuir a poluição. É muito mais que fazer propaganda. Atrevo-me a dizer que ser sustentável implica respeitar a vida acima de tudo, a começar por quem está ao seu lado.

O desafio passa a ser a educação para a sustentabilidade: desenvolver o homem para sustentar um novo mundo. Para além das atitudes básicas em relação à vida material, desenvolver uma educação para o respeito, a tolerância, a compreensão, a resolução pacífica de conflitos, enfim, atitudes que garantam que a humanidade não se acabe, que sobreviva junto com o planeta. A paz é sustentável.

Estamos todos conectados (ou você não estaria lendo aqui, agora!) e é nossa responsabilidade não aceitar que a sustentabilidade se transforme em apenas mais uma ferramenta do marketing ou um modismo a trafegar pela rede.

A grande magia desse imenso mundo virtual é globalizar idéias, sonhos, conceitos, ideais. Só há um risco – a rapidez da informação disseminada na rede, em algumas horas consegue substituir interesses levando-nos a buscar outro foco, outros assuntos, outros modismos.

Isabel Franchon Prado

http://coachingdesenvolvimento.com.br

Fonte: Revista Top Vitrine: http://www.topvitrine.com.br/artigo_v/?id=564

domingo, 7 de agosto de 2011

Edgar Morin: A ecologia não é apenas a preocupação com as energias renováveis

"La Voie" fala dos caminhos para evitar catástrofe mundial, diz Edgar Morin

Morin, que acaba de completar 90 anos, falou à Folha por telefone de seu apartamento em Paris. A entrevista foi interrompida quando, em sua TV, uma orquestra começou a tocar a Nona Sinfonia, de Beethoven: "Será que você poderia me ligar em 10 minutos, ao final do primeiro movimento? A 'Nona' é o que eu mais amo nessa vida, não posso perder a introdução", desculpa-se cantarolando, e não espera a resposta.

Leia a seguir os principais trechos.

Folha - É impossível não relacionar seu novo livro, "La Voie", ao best-seller do diplomata Stéphane Hessel, "Indignai-vos!" (Leya Brasil). Parece que Hessel vem para dizer que "é preciso acordar" e o senhor vem para dizer "vejam que já há alguns caminhos para agir".

É exatamente o que diz Stéphane Hessel: "Não basta se indignar, leiam 'La Voie' de Morin". Claro, existe uma complementaridade entre nós, não somente nos livros, mas pessoalmente também.

E parece que vocês dois decidiram agora escrever um livro a quatro mãos?

Sim. Porque "La Voie" é um livro escrito sob a perspectiva planetária. Fala dos caminhos que é preciso escolher para evitar não somente uma catástrofe mundial (ou várias), mas também, talvez, para construir um mundo melhor, um mundo novo, um mundo que eu chamo de metamorfose.

"La Voie" indica que tudo deve ser reformado e que todas as reformas necessárias são interdependentes entre si. É preciso reformar a economia, as administrações públicas, a medicina, a justiça, as prisões, a alimentação, a agricultura... Tudo o que nos rodeia, enfim.

Mas insisto também sobre as mudanças necessárias ao indivíduo, dentro de nossa vida cotidiana. A compreensão do outro, o amor.

Pode parecer ridículo dizer que o amor precisa ser reformado, mas digo isso sobre as formas degradadas do amor --o amor superficial, o amor-cego, que só enxerga uma parte da pessoa amada, o amor-possessivo, o amor-ciumento.

Ou seja, é preciso reformar a sociedade em todos os seus aspectos, mas também reformar nossa maneira de viver. Parece uma tarefa gigantesca, mas acredito que essas mudanças já começaram, espontaneamente, espalhadas por todos os lugares do mundo.

O livro que preparo com Hessel é para mostar que, mesmo em um grande país como a França, que participa da Europa e da globalização, é possível uma outra política que fuja da máxima simplista que afirma que "é preciso crescer".

Vamos falar de uma política que é capaz de oferecer mais qualidade de vida a seus cidadãos e uma economia mais social, solidária e cooperativa, onde o comércio justo seja uma norma.

Mesmo um grande país como o Brasil, onde há riqueza material e também humana, esse tipo de política é possível. Sempre cito como exemplo os ensaios de democracia participativa de Porto Alegre.

Acredito num tipo de pensamento que não é binário --que não está dividido entre defender ou negar a globalização. É preciso globalizar e desglobalizar ao mesmo tempo. É preciso dar continuidade aos aspectos positivos que propiciam a solidariedade planetária entre os indivíduos e o enriquecimento trazido por essas trocas, mas é preciso desglobalizar para as realidades locais, regionais e nacionais.

Nosso pequeno livro vai se chamar "Le Chemin de L'Espérance" [O caminho da esperança] para mostrar que mesmo um país que esteja integrado ao contexto da globalização pode mudar significativamente sua forma de funcionar.

"La Voie" deveria então ser um título no plural --já que não há ali um só caminho, mas vários a serem seguidos.

Há uma multitude de reformas e de caminhos. Elas funcionam como os pequenos riachos, que afluem para os rios e que finalmente poderão formar um rio das dimensões do Amazonas. Minha ideia é que será no final que surgirá esse novo "caminho" ["la voie"] para a humanidade, depois que todas essas forças se unirem.

Não podemos trocar de caminho de forma abrupta. Todas as grandes mudanças da história começaram de maneira modesta. Veja a história das grandes religiões, por exemplo. Jesus, Buda e Maomé eram vozes solitárias no seu entorno. O começo do socialismo, da ciência... todo início é modesto.

Alguns críticos de seu livro dizem que o senhor mudou de lado: que o senhor abandonou o socialismo e adotou o discurso dos ecologistas.

A ecologia não é apenas a preocupação com as energias renováveis. Ela propõe também mudança de mentalidade, de vida, e é um programa muito importante.

Mas, ao mesmo tempo, ela não é suficiente como política, pois não dá conta de problemas de justiça, de liberdade, de igualdade, de direitos... esses problemas não são problemas "ecológicos". É preciso integrar a ecologia à política.

São os espíritos binários, sobre os quais já falei, que me veem ou como socialista ou como ecologista. Não é assim que as coisas funcionam.

O problema também é que a palavra "socialismo" tornou-se vazia. Os partidos socialistas hoje não têm mais pensamento algum. A esquerda na Europa está completamente fraturada. Verdadeiramente, ela existe apenas nos países da América Latina, e sob diversas formas.

Para fazer a esquerda renascer, é preciso reunir três fontes originárias do pensamento do século 19. A primeira é a libertária (anarquista), que versa sobre a liberdade dos indivíduos. A segunda é a do socialismo, onde a palavra quer dizer algo em prol do interesse da sociedade como um todo. E a do comunismo, onde a comunidade é o foco dos interesses (a fraternidade).

Essas três vias do pensamento se separaram ao longo da história, algumas se perveteram, outras perderam seu sentido.

Para fazer renascer a esquerda, então, é preciso voltar aos ideais da Revolução Francesa? Liberdade, igualdade e fraternidade?

Sim. Esses ideais são ainda muito modernos. Olhe para a "primavera árabe". O que querem esses jovens? Liberdade e dignidade. É preciso recuperar esse pensamento, essas ideias, esses ideais para que a esquerda renasça.

Em seu livro, o senhor fala um pouco sobre esse "vazio do pensamento" quando afirma que essa crise caótica que vivemos em escala planetária começa com uma "crise cognitiva".

Nós subestimamos a cegueira em que nos encontramos. E quando digo nós, me refiro aos indivíduos, mas também aos dirigentes políticos, os economistas, os especialistas.

Vivemos em um sistema de educação que separou os conhecimentos em disciplinas que não se comunicam umas com as outras.

Uma crise econômica está ligada a uma crise social, histórica, etc. Num cenário de globalização, tudo está ligado, conectado. Ora, é preciso pensar esses problemas de forma complexa, mas somos ensinados a ver (e a compreender) apenas pedaços da realidade.

Temos uma inteligência cega.

Para mudar isso, é preciso mudar completamente a forma como educamos nossas crianças.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Mudança Climática já afetando Agricultura

El artículo publicado en Science, titulado Climate Change Already Hurting Agriculture (El Cambio Climático ya daña a la Agricultura), recoge los resultados de una investigación llevada a cabo por un equipo de la Universidad de Stanford en Palo Alto, California. En su trabajo, los científicos han pretendido analizar cómo ha afectado el aumento de las temperaturas a una serie de cultivos de primer orden a lo largo de los últimos 30 años.

Mapa de rendimientos de cultivos y Cambio Climático

. D. Lobell et al., Science
La producción mundial de de maíz y trigo han caído dramáticamente como resultado del Cambio Climático en países como Brasil y México

"Es una frustración tener que responder siempre preguntas sobre el futuro y que todo el mundo piensa en el cambio climático como algo en el futuro", dice David Lobell, uno de los responsables del trabajo. Y es que damos por hecho que la situación actual en la que nos encontramos (y a la que nos dirigimos) es algo irreversible e inevitable. En una primera década de siglo XXI en la que se suceden los desastres natturales en todo el mundo a un ritmo cada vez más acelerado, con un claro impacto directo sobre los mercados alimentarios y, por desgracia, la escasez mundial de alimentos, los científicos cuentan realmente con poca información sobre cómo el cambio climático ya ha afectado a la agricultura, citando al propio artículo original publicado en Science. Porque como añade Lobell, el Cambio Climático "no es algo que tenemos que anticipar. Es algo que tenemos que aprender y hacer frente en este momento".

Los científicos han analizado los registros agrícolas de cuatro cultivos de primer orden a lo largo del período comprendido entre 1980 y 2008. Trigo, maíz, soja y arroz constituyen el 75% del total de calorías que consumimos los humanos en todo el mundo. El estudio ha comparado los datos de temperatura y precipitaciones a lo largo del período con las distintas cosechas anuales de los granos antes citados, estableciendo patrones de tendencias, que han comparado con una situación de "no calentamiento".

¿Cómo afecta el Cambio Climático a la agricultura?
La revista Science publica un artículo que alerta sobre los efectos que ya tiene el Cambio Climático sobre los principales cultivos de grano.
Un estudio realizado por investigadores estadounidenses ha analizado los registros agrícolas de maíz, arroz, trigo y soja durantre el período 1980-2008, con el fin de estudiar cómo ha afectado el aumento de las temperaturas en los rendimientos de estos cultivos, que representan el 75% de las calorías consumidas por la humanidad en todo el mundo.

Cada aumento de 1ºC provoca una disminución de rendimiento del 10%
Los resultados del estudio son reveladores: durante el período analizado los rendimientos de maíz han descendido un 3,8%, mientras que los de trigo lo han hecho hasta en un 5,5%, en comparación con lo que hubiera sucedido en condiciones "normales". También revelan que ni la producción mundial de arroz ni la de soja se han visto afectadas por el aumento de las temperaturas. Además destacan las importantes variaciones que se producen de una región a otra. Así, por ejemplo, los cultivos de norteamérica no se han visto afectados por las variaciones climatológicas, algo que coincide con los datos del Grupo Intergubernamental de Expertos sobre el Cambio Climático, que indican que la parte oriental de los Estados Unidos no se ha calentado tanto como otras zonas, hecho cuyo motivo se desconoce.

El estudio también revela el mayor impacto de la temperatura sobre la agricultura, en comparación con los datos de precipitaciones que, según el estudio, "parecen contribuir poco a las tendencias de producción agrícola". Los autores de la investigación añaden que, pese a que las nuevas tecnologías y la mejora de las prácticas agrícolas han provocado un aumento general de la productividad, este crecimiento ha sido limitado por culpa del aumento de las temperaturas. Así, el informe recoge un dato revelador: a excepción de las zonas más septentrionales del planeta, cada aumento de un grado provoca una reducción de los rendimientos del 10%.

Críticas al estudio
A raíz de esta investigación han surgido otros investigadores que ponen en duda sus resultados, aludiendo especialmente a la multitud de factores que afectan a la productividad agrícola y que poco tienen que ver con el Cambio Climático, como las variaciones de precios, los movimientos especulativos en los mercados o los cambios de técnicas agrónomas. Tanto es así que el propio Grupo Intergubernamental de Expertos sobre el Cambio Climático predice un aumento de la producción agrícola provocada por el incremento de CO2 en la atmósfera, beneficioso para el crecimiento vegetal.

Un paradójico beneficio del Cambio Climático que el propio David Lobell reconoce, aunque añade que su estudio sugiere que cualquier posible beneficio derivado del aumento de dióxido de carbono en la atmósfera ya ha sido llevado al límite, "porque el Calentamiento ya daña a los cultivos".

http://www.boletinagrario.com/dc-2123,como-afecta-cambio-climatico-agricultura.html

--
Carlos A. Vicente
Responsable de información para América Latina - GRAIN
Salta 60
(1727) Marcos Paz
Buenos Aires
Argentina
Telefax: 54 220 4771165
c.e. carlos@grain.org
www.grain.org
Suscríbase a las novedades de GRAIN desde http://www.grain.org/subscribe

> notícia enviada por Silvio Sant'Ana à lista asabrasil

Brasil, capital dos não-transgênicos

Brasil, capital dos não-transgênicos

Em maio sw 2011, São Paulo foi o centro das atenções de produtores, pesquisadores, consumidores e especialistas de todo o mundo em produtos não transgênicos: nos dias 10 e 11, a Associação Brasileira de Produtores de Grãos Não-Geneticamente Modificados (Abrange) promoveram o Semear – I Encontro de Produtos e Sementes Não-Transgênicos – espaço para exposições, troca de informações, palestras e até negócios.
Sim, negócios. Afinal, o evento reuniur produtores e importadores de não-transgênicos, um mercado que vem ganhando corpo em ritmo diretamente proporcional às exigências de consumidores de todo o mundo – mas principalmente da Europa e da Ásia – por alimentos certificadamente livres de transgênicos.
Neste mercado, o Brasil nada de braçada. Somos, afinal, o maior produtor e exportador mundial não-transgênicos do planeta, posição que agrega valor a todos os elos desta cadeia. Isso porque os consumidores de alimentos não-transgênicos dispõem-se a pagar um prêmio, de forma a garantir a autenticidade do produto. Esse prêmio é rateado por todos os agentes envolvidos no processo: exportadores, processadores e agricultores.
Mais do que um nicho de mercado, essa nova frente de negócios constitui um mercado especial. Basta ver que as exportações de soja não-transgênica em 2010 somaram 5 milhões de toneladas, o equivalente a 18% do volume total embarcado no mesmo ano. Mais ainda: as vendas externas de farelo de soja não transgênico atingiram 6,5 milhões de toneladas, praticamente a metade das exportações totais de farelo, que somaram 13,6 milhões de toneladas. E os embarques de lecitina – derivado da soja utilizado na produção de massas, pães, chocolates e outros produtos alimentícios – é praticamente toda ela não-transgênica.
“As oportunidades de crescimento neste mercado são enormes”, destaca Ricardo Sousa, diretor-executivo da Abrange. Isso porque a produção de soja dos principais concorrentes do Brasil – Estados Unidos e Argentina – é praticamente toda ela transgênica. “Só o Brasil possui escala e qualidade para atender o mercado internacional”, finaliza Sousa.

Mais informações:
www.abrange.org

Alex Branco
alex.branco@uol.com.br
(11) 3021-4830
(11) 9222-2911
skype: alexbranco9

Fleury Tavares
Fleury77@terra.com.br
(11) 5092-3746
(11) 9919-1497